Por Lúcia Beatriz Torres
	
	Nos dias  23 e 24 de novembro, Brasília sediou a I Reunião de Acompanhamento e Avaliação  dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs). O objetivo do evento  foi fazer um balanço das ações desenvolvidas pelos 122 INCTs, desde a sua  criação, no final de 2008. Os Institutos que apresentarem melhor desempenho na  avaliação terão seus recursos de pesquisa – que, atualmente, tem vigência de  três anos – prorrogáveis por mais 24 meses.
	
	
		
Foto: Lucia Beatriz Torres 
		
Mesa de Abertura I Reunião de  Acompanhamento e Avaliação dos INCTs
Victor Odorcyk (FINEP), Luiz Antônio Elias (MCT/INCT), Mário Neto Borges (CONFAP),
 Fernando Zizzo (CGEE), Carlos Aragão (CNPq)  e Reinaldo Guimarães (DECIT/MS)
 
  		
	
	
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A  reunião é um marco histórico para o País, pois agrega de forma articulada os  melhores grupos de pesquisa em áreas de fronteira da Ciência” – declarou o  presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico  (CNPq), Carlos Alberto Aragão Filho. Segundo ele, os Institutos têm chamado  bastante atenção no cenário internacional pelo fato de englobarem projetos que  estão em sintonia com as demandas da sociedade, extremamente compromissados em  desenvolver estratégias para o desenvolvimento sustentável do País.
  
  
		
Foto: Lucia Beatriz Torres 
		
  Carlos Alberto Aragão  (Pres. CNPq)
  exibe Annual  Activities Report 2009
  INCT-INOFAR 
  		
  
  Ao todo,  122 Institutos de pesquisa representam o que há de mais avançado no Brasil em  termos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação. Instituído em dezembro  de 2008 pelo CNPq e Ministério da Ciência e Tecnologia, o Programa INCT conta  com recursos de mais de R$600 milhões. Presentes em todas as regiões  brasileiras, os INCTs realizam projetos que englobam diversas áreas, como: Ciências  Agrárias e Agronegócio; Energia; Engenharia e Tecnologia da Informação; Exatas;  Humanas e Sociais Aplicadas; Nanotecnologia, Ecologia e Ambiente; Saúde.
  
  O evento  reuniu em torno de 500 participantes, entre pesquisadores, gestores de agências  de fomento e membros de instituições promotoras dos INCTs. Subdivididos em  grupos temáticos, simultaneamente, a cada 1 hora, 10 coordenadores dos  Institutos apresentavam os resultados parciais de suas pesquisas para um comitê  de avaliadores e consultores nacionais e estrangeiros. Em paralelo, na área de  exposições do Centro de Convenções Parlamundi acontecia a mostra dos INCTs.  Distribuídos em estandes, o público presente pode conhecer o funcionamento de  cada Instituto, se inteirando sobre suas atividades de divulgação científica.
  
  
Avaliando os INCTs
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Os INCTs talvez sejam a melhor ferramenta que  temos, hoje em dia, em termos de políticas setoriais para fazer com que os  recursos destinados a Ciência, Tecnologia e Inovação possam ser gastos com mais  inteligência, competência e responsabilidade” – destacou o secretário do Departamento de Ciência, Tecnologia e  Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde (DECIT/MS), Reinaldo Guimarães. Na  sua opinião, para que os INCTs possam dar efetivamente sua contribuição para o  País é importante que eles possam olhar a demanda como um de seus vetores mais  importantes.
	 
	
		
Foto: Lucia Beatriz Torres 
		
    Sérgio Machado  Rezende
  Ministro de Ciência e  Tecnologia 
  		
	
A  necessidade de aumentar a interatividade entre o conhecimento e o setor  empresarial foi um ponto crucial abordado pelo secretário executivo do  Ministério da Ciência e Tecnologia e presidente do comitê de coordenação do  programa INCT, Luiz Antonio Rodrigues Elias, e reiterado por outras autoridades  presentes na mesa de abertura da I Reunião de Acompanhamento e Avaliação dos  INCTs. Entre elas o representante da  Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP), Victor Hugo Odorcyk e o Presidente do Conselho Nacional das Fundações  Estaduais de Amparo à Pesquisa (CONFAP) e Presidente da FAPEMIG, Mário Neto  Borges.
Na  ocasião, o presidente do CNPq aproveitou  para fazer um panorama da evolução e otimização dos recursos investidos nos  INCTs, refletindo sobre os desafios ainda a serem transpostos pelo Programa.  Encerrando a sessão, o representante do Centro de Gestão de Estudos  Estratégicos (CGEE), Fernando Rizzo, apresentou  detalhadamente o projeto de Acompanhamento e Avaliação do programa INCT,  antecipando alguns dos critérios para avaliar o desempenho dos Institutos  Nacionais. 
Pesquisa, formação de  recursos humanos, transferência de conhecimento para sociedade e para o setor  empresarial e para o governo foram os principais eixos apontados por Rizzo. “
Cada  INCT tem características particulares de pesquisa que serão estendidas ao seu  processo de avaliação. No próprio edital, os coordenadores já indicaram quais  deveriam ser as formas pelas quais sua área deveriam ser avaliadas.  Isso também será levado em consideração”  – afirmou Rizzo. 
Avaliando o INCT-INOFAR
 Dos 122 INCTs,  cerca de um terço estão diretamente ligados à saúde. Devido à expressiva  quantidade de Institutos de pesquisa, a área foi dividida em 3 subgrupos  temáticos, para os INCTs responderem a sabatina dos avaliadores. Alocado no  subgrupo 3, o INCT de Fármacos e Medicamentos (INCT-INOFAR), coordenado pelo  Prof. Eliezer J. Barreiro da Faculdade de Farmácia da UFRJ, foi o segundo  Instituto a se apresentar. 
 
	Durante  os 40 minutos destinados a sua explanação, Barreiro falou sobre os principais  projetos de pesquisa do Instituto, destacando as moléculas que estão em  estágios mais avançados da cadeia da inovação. Atento aos gargalos de sua área  pesquisa, alertou para o problema da falta de laboratórios destinados ao  escalonamento primário das substâncias, sem os quais fica inviável cumprir  todas as etapas dos marcos regulatórios vigentes. “
Não adianta termos papers  brilhantes se não pudermos transferir esse conhecimento para sociedade” –  destacou o coordenador do INCT-INOFAR.
	
	
	
		
Foto: Lucia Beatriz Torres 
		

 Equipe INCT  de Fármacos e Medicamentos (INCT-INOFAR)
      Prof.  Eliezer J. Barreiro (UFRJ), Prof. Fernando Cunha (USP-RP), Prof. Ricardo  Menegatti (UFG),
 Profa Lidia Moreira Lima (UFRJ), Prof. Carlos  Aberto Manssour (UFRJ) 
		
	
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Annual  Activities Report 2009 do INCT of 
Drugs and Medicines – tradução  para o inglês do INCT de Fármacos e Medicamentos – foi lançado oficialmente no  evento de avaliação. Em sua capa, uma figura poética chama a atenção. Sancho  Pança em cima de seu cavalo contempla uma constelação de estruturas químicas,  objeto de estudo do INCT-INOFAR. Na alegoria de Miguel Cervantes, o personagem  é o fiel escudeiro de Dom Quixote e expressa a busca do ser humano pelo  conhecimento e pela verdade.
	  
	  O  relatório é a principal ferramenta de divulgação do INCT-INOFAR em língua  estrangeira. No transcorrer de suas 100 paginas, o 
Annual Activity Report descreve as principais atividades do Instituto destacando seu empenho na  pesquisa, extensão, divulgação científica e educação em saúde. Em forma de  resumo ampliado, os resultados de 9 artigos científicos de relevo produzidos  pelo Instituto são apresentados em destaque. Em 2009, os pesquisadores líderes  do INCT de Fármacos e Medicamentos orientaram 18 teses de doutorado e 39  dissertações de mestrado. Ao todo, 119 artigos foram publicados em importantes  revistas científicas da área. 
	  
	  
	  
Encerramento
	  
	O ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Machado  Rezende, encerrou o evento fazendo uma visita aos estandes dos INCTs  acompanhado pelo presidente do CNPq, Carlos Aragão e pelo diretor de  Engenharias, Ciências Exatas e Humanas e Sociais, Glaucius Oliva. Em seu  discurso, o ministro ressaltou a relevância dos INCTs no cenário nacional e  reafirmou a importância da reunião de avaliação para garantir continuidade do  repasse dos recursos aos Institutos. “
Os INCTs que forem bem avaliados terão  seus recursos prorrogados por mais dois anos, não precisando participar de um  novo Edital para pleitear mais verbas para pesquisa” – afirmou  Rezende.
	
	
		
Foto: Lucia Beatriz Torres 
		
 Estande do INCT-INOFAR recebe visita do
 
  Ministro de Ciência  e Tecnologia
      Glaucius Oliva (CNPq), Sérgio Machado Rezende (MCT),  Eliezer J. Barreiro  e Angelo Pinto  (INCT-INOFAR) e Carlos Aragão (CNPQ)