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INCT-INOFAR RECEBE ASSESSOR INTERNACIONAL PARA AVALIAR SEUS PROJETOS
Por Lúcia Beatriz Torres

Simon Campbell, célebre cientista responsável pela descoberta do Viagra e outros medicamentos da Pfizer, veio ao Brasil participar da VI Reunião Anual de Avaliação e Acompanhamento do Instituto

Com o objetivo de trazer a visão da indústria farmacêutica para a avaliação dos seus projetos de pesquisa, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Fármacos e Medicamentos (INCT-INOFAR) convidou o célebre cientista Dr. Simon Campbell para ser o seu assessor internacional. A convite do Instituto, o pesquisador responsável pela descoberta do Viagra® (sildenafil) e de outros medicamentos importantes da farmacêutica Pfizer, veio ao Brasil para participar da VI Reunião de Avaliação e Acompanhamento do INCT-INOFAR.

No evento de avaliação, realizado nos dias 14 e 15 de maio, na cidade do Rio de Janeiro, os pesquisadores do INCT-INOFAR tiveram a oportunidade de apresentar seus sub-projetos de pesquisa mais avançados na cadeia de inovação em fármacos e medicamentos e de serem rigorosamente sabatinados pelo assessor. Ao final dos trabalhos, Campbell rendeu elogiou à rede multidisciplinar de pesquisas em fármacos e medicamentos formada pelo INCT-INOFAR.

Foto: Lúcia Beatriz Torres
Pesquisadores do INCT-INOFAR se reuniram com o Dr. Simon Campbell (sentado de blusa e gravata azul) para apresentar os principais resultados seus projetos de pesquisa em novos fármacos e medicamentos
Pesquisadores do INCT-INOFAR se reuniram com o Dr. Simon Campbell (sentado de blusa e gravata azul) para apresentar os principais resultados seus projetos de pesquisa em novos fármacos e medicamentos

Na ocasião, Simon Campbell proferiu duas conferências aos pesquisadores do INCT-INOFAR. A primeira, que abriu a VI Reunião Anual do INCT-INOFAR falou sobre a descoberta de dois importantes medicamentos da Pfizer, da qual o pesquisador teve importante participação, o anti-hipertensivo Norvasc ®(Amlodipina) e a famosa pílula azul, o Viagra® (Sildenafil). Na segunda conferência, o cientista apresentou a sua perspectiva pessoal sobre o futuro da indústria farmacêutica.

Segundo Campbell, a expectativa de vida aumentou muito nos últimos anos graças aos medicamentos descobertos pela indústria farmacêutica. “Devemos nos orgulhar por termos feito melhorias significantes na qualidade de vida da população” – observou o cientista. Para ele, dentre os mais significativos desafios a serem vencidos está a a depressão que apesar de não matar, pode ser encarada como uma doença ainda carente de abordagem terapêutica, sendo um dos principais desafios terapêuticos para 2020, pois é responsável por enormes prejuízos econômicos e sociais ao paciente. O desenvolvimento de fármacos baseado no sequenciamento genético também foi apresentado pelo pesquisador como um importante desafio, a ser superado pela indústria farmacêutica no futuro

Foto: Lúcia Beatriz Torres
Simon Campbell apresentou conferência na VI Reunião de Avaliação e Acompanhamento do INCT-INOFAR
Simon Campbell apresentou conferência na VI Reunião de Avaliação e Acompanhamento do INCT-INOFAR

Na sessão destinada aos pôsteres, em que foram apresentados 16 sub-projetos de pesquisa do Instituto, Simon Campbell ficou admirado com o trabalho de bioconversão de metabólitos humanos de candidatos a protótipos de novos fármacos, desenvolvidos pela equipe do INCT-INOFAR da Universidade Federal do Goiás (UFG). Pegando o gancho da pesquisa, o cientista, que foi professor visitante da Universidade de São Paulo (USP), de 1970 a 1972, reconheceu a importância do Instituto para o desenvolvimento científico regional do País. O sub-projeto elogiado por Campbell é coordenado pela Professora Valéria de Oliveira, do Laboratório de Bioconversão da UFG.

Em uma sessão livre de discussão, foi a vez dos pesquisadores do INCT-INOFAR sabatinarem o Dr. Campbell. Questões relacionadas à escolha de alvos terapêuticos, escalonamento das pesquisas desenvolvidas no âmbito universitário e o dilema das patentes, como a dificuldade de se patentear no Brasil e a hora certa para se proteger uma descoberta foram algumas das perguntas feitas a ele.

No Brasil, tem-se a tendência de se patentear muito cedo, logo que se encontra uma IC50. Mas isso é perigoso, pois a patente perde anos de validade”. Segundo o pesquisador aposentado da Pfizer, quando a patente tem mais de cinco anos já não é muito interessante para a indústria farmacêutica. Dez anos, então, é ainda pior! Os pesquisadores do INCT-INOFAR explicaram a Campbell que esse é o preço que se paga pelo modelo de pesquisa universitário baseado em bolsas de mestrado e doutorado. Como os alunos precisam publicar e defender suas respectivas dissertações e teses, é necessário antecipar o depósito da patente

Foto: Lúcia Beatriz Torres
Os pesquisadores do INCT-INOFAR também tiveram a oportunidade de fazer perguntas a Simon Cambell sobre diferentes questões relacionadas a descoberta e desenvolvimento de novos fármacos  medicamentos
Os pesquisadores do INCT-INOFAR também tiveram a oportunidade de fazer perguntas a Simon Cambell sobre diferentes questões relacionadas a descoberta e desenvolvimento de novos fármacos  medicamentos

Além de desenvolver candidatos a fármacos inovadores para doenças como asma, câncer e dor neuropática, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Fármacos e Medicamentos, que recentemente teve seu programa de pesquisa prorrogado por mais dois anos pelo CNPq, também investiga novas rotas de síntese para medicamentos genéricos. A atorvastatina (Lipitor®), o medicamento best-seller em vendas da história e o sunitinibe (Sutent®) são princípios ativos de medicamentos para reduzir o colesterol e combater o câncer, respectivamente, que estão no portfólio de novas rotas para genéricos desenvolvidos no âmbito do INCT-INOFAR. A primeira, objeto de um pedido de patente conjunto UNICAMP-UFRJ pela rota desenvolvida pelo Professor Luiz Carlos Dias e o Dr Adriado V Siqueira, do Instituto de Química da UNICAMP, sendo disponível a tecnologia para transferência ao setor empresarial, eventualmente interessado. A segunda, pelo Professor Angelo da Cunha Pinto e a Dra Bárbara V da Silva, do Instituto de Química da UFRJ.

Projeto CNPq nº 573.564/2008-6

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